terça-feira, 22 de junho de 2010

Até que a sanidade se vá por completo....

Até que a sanidade se vá por completo....

O mesmo movimento. Levantar o copinho, levar até a boca e disparar a pinga o mais rápido possível. Sem caretas. Ignorar o limão ou o sal, porque você não quer que seja bom, você quer ser sedado.
Na virada de uma dose de cachaça, consigo repassar toda a minha vida nos últimos 3 anos. E que belo exemplo de ser humano eu fui. Abri portas e delas saíram coisas que sequer poderia imaginar. Fiz tanta gente chorar, e tanta gente sorrir. Passei por cada coisa, tanto desaforo e tanta demagogia. Eu vi, eu fui, e cá estou. Todos os flashes da minha vida em 3 segundos.
Sentado aqui, eu vejo gente que entra no bar, que sai, vejo quem eu quero, e quem eu não quero. Vejo quem quero ver que me veja, e rezo pra não ser visto. Engraçado aonde a vida me colocou. Eu cumpri minha missão, comecei a trilhar um caminho diferente, e em uma grande reviravolta da vida, caio no mesmo lugar, pra mais 3 anos.
Aqui, eu enfrentei meus maiores desafios, tive as maiores conquistas, e hoje, especificamente hoje, vejo aquele paraíso que todos adoram se tornar meu inferno. Conheço todos os bêbados, sou conhecido por todas as vagabundas, todos os professores, por gente inteligente e gente que não deve ser gente mas se parece muito. Vejo crescer minha popularidade. Semeio o que tem de bom pra ser semeado, e na medida do possível arranco certas ervas daninhas, danadas.
Então, quando me vir sentado novamente no balcão do bar, evite comentários do tipo, nossa... esse cara bebe pinga como ninguém. Não é verdade. Quando a sanidade começa a ir embora, aqueles são 3 segundos que me fazem ver o que fiz de bom e o que fiz de mal. É uma reflexão. Vim, vi e venci. Até na derrota, você pode ser um vencedor em potencial. Quem vence a morte duas vezes, merece seu paraíso de 3 segundos.
Até que a sanidade se vá por completo...

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