segunda-feira, 14 de junho de 2010

Herói ( escrito em março de 2009)

E eu fico ali, parado na janela, olhando pra metade de uma lua que brilha no céu
Eu penso, se você ta com fome, se ta com frio,
Se fez suas tarefas, se comeu direito
Se tomou seu remédio na hora certa, ou se bebeu por cima dele e estragou um tratamento.
Se está voltando tarde pra casa, sozinha, se na hora de deitar, se cobriu direito.
Quando fica triste, e me procura, eu já tenho escolhidas as palavras pra fazer o seu errado o certo, da sua tristeza, alegria, dos seus pesadelos, apenas pedaços de tempo em que você ficou longe da realidade que tento fazer a mais doce pra você .
Quando tem vontade, eu tento matar . Um docinho, um salgado, uma bebida, um verso.
Quando tem dor, e estamos sem dinheiro pro remédio, deito do teu lado implorando pra algum deus tirar essa dor de você e passar pra mim, porque mesmo me contorcendo, quando olho sua carinha de quem está bem, tenho meu bálsamo.
Se some por cidades diferentes, ou lugares em que não poderei estar, minha ansiedade vem do fato de temer que alguma coisa te aconteça. E quando me chama de chato, tento entender, afinal, é ruim ser assistido com tanta cautela por alguém que não seja pai ou mãe.
Se tem fome, o que graças a Deus não acontece com freqüência, grana curta, eu deixo o cachorro quente e o refrigerante pra você, e vou dormir com a barriga roncando, pelo simples prazer de te ver com o canto da boca sujo de maionese e pela expressão de satisfação no seu rosto.
Eu procuro estar sempre no lugar certo e na hora certa, como um cachorro vigilante, daqueles das montanhas geladas que salvam esquiadores.
Engulo o choro. Estufo o peito e finjo que sempre ta tudo bom, ou tudo bem. Não é pensar mais em você que em mim, eu só quero ser o seu super herói... sempre....

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